Copérnico, Darwin e Freud: o que esses três personagens têm em comum?
Por Gisele Mota
Quem talvez possa responder é o próprio Freud, em um texto de 1917, a Teoria Geral das Neuroses. Segundo ele, a sociedade se deparou com três feridas narcísicas, que frustraram o ímpeto humano de se pensar no centro das coisas.
A primeira ferida foi quando Nicolau Copérnico demonstrou que a Terra não era o centro do Universo. A segunda veio com Charles Darwin, a partir da noção de evolução, que nos colocava muito mais dos primatas do que à semelhança da perfeição de Deus. E, por fim, a terceira foi a Teoria Psicanalítica, com o descentramento do sujeito em relação a si próprio.
“É que Narciso acha feio o que não é espelho…”
No contexto das redes sociais, com diversas pessoas se exibindo, realizando procedimentos estéticos de harmonização facial e afins, o termo “narcisista” parece estar um pouco banalizado. Nem sempre a mãe é narcisista, como observamos em comentários e postagens superficiais com passos para “identificar uma pessoa narcisista”. Ou aquela pessoa que posta fotos no Instagram esperando curtidas, views e aplausos, rotulada como narcisista, talvez esteja, na verdade, buscando validação do outro para existir por ter um “eu” muito frágil.
Na sociedade dos excessos de informações e excesso de liberdade, o “eu” pode se perder nesta enxurrada de estímulos – um “eu” tão fragilizado que os adoecimentos talvez tenham uma natureza mais narcísica do que edipiana.
“Aprende depressa a chamar-te de realidade”
É importante salientar que a sociedade está em constante mudança. As dores da atualidade não são as mesmas do contexto em que Freud analisava em Viena em meados do século XX. Nem o modelo de família, por exemplo, que em sua época era composto por mãe e pai cis, héteros, brancos, etc…
Cada um no seu tempo, com os problemas de seu tempo. Por isso, vamos ressignificando os conhecimentos, bases teóricas e, claro, investindo sempre em mais estudos e atualização. Afinal de contas, para investirmos na compreensão do ser-humano, precisamos articular não só no conhecimento da psicanálise, mas também nas artes, literatura, história, filosofia e música, entre outros.
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